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A polêmica sobre o rastreamento do câncer de próstata

Apesar de tantas campanhas, como o movimento Novembro Azul, estimulando os homens a procurar por urologistas para rastreamento do câncer de próstata, o assunto ainda é controverso. Trata-se da neoplasia mais comum entre os homens, que, se diagnosticada precocemente, pode ser curada na grande maioria das vezes.

Sua mortalidade reduziu em quase 60% desde que se iniciou o rastreamento, há algumas décadas. Dados que deixam os especialistas bastante confiantes em reforçar à população a importância da dosagem de PSA e do exame de toque retal, indicados para homens entre 45 e 75 anos.

Por outro lado, são vários os argumentos contra o rastreamento. Há pacientes com câncer de próstata indolente, ou seja, que permanecem estáveis por muito tempo e que, teoricamente, não se beneficiariam com o tratamento. Esses pacientes, potencialmente, poderiam ser prejudicados pelo rastreamento, já que poderiam ter o diagnóstico e tratamento desnecessários de um câncer que não lhe causaria mal.

A polêmica ocorre justamente neste ponto. Ao deixar de realizar o rastreamento, muitos homens não serão diagnosticados de forma adequada e, consequentemente, poderão evoluir com tumores metastáticos, condicionando-lhes enorme sofrimento e ceifando muitas vidas.

O que se pode fazer é entender com cautela todos os dados que a literatura oferece, sem abandonar na prática o rastreamento de uma doença tão frequente. Assim, os urologistas realizam uma vigilância ativa, que é o acompanhamento dos homens com tumores indolentes, ao invés de tratá-los indistintamente.

Referências: H. Gilbert Welch M.D., M.P.H., David H. Gorski, M.D., Ph.D., and Peter C.
Albertsen, M.D. Trends in Metastatic Breast and Prostate Cancer — Lessons in Cancer Dynamics. N Engl J Med 373;18 october 29, 2015
Carter HB, Albertsen PC, Barry MJ, et al. Early Detection of Prostate Cancer: AUA Guideline. J Urol. 2013;190(2):419-426.