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Câncer de rim e nefrectomia parcial

Há algumas décadas, o tratamento para o câncer de rim era exclusivamente feito por meio da nefrectomia radical, que é a retirada completa do rim acometido. Há cerca de 15 anos, no entanto, a ressecção somente do tumor com uma pequena margem de rim normal ao seu redor, se mostrou equivalente, em termos oncológicos, à retirada total do rim.

Tal cirurgia, a nefrectomia parcial, que inicialmente era feita somente por técnica aberta, hoje é feita, em centros de excelência, também por via minimamente invasiva, ou seja, laparoscópica ou robótica. O benefício da forma minimamente invasiva é a recuperação mais rápida do paciente, mantendo a segurança oncológica.

O conhecimento atual nos permite afirmar que a nefrectomia parcial é indicada nos tumores renais classificados como T1, ou seja, menores que 7 cm, com raras exceções.

Um estudo publicado em janeiro de 2016, no Jornal Britânico de Urologia (BJU International), avaliou 6042 nefrectomias realizadas no Reino Unido em 2012, das quais 1768 para tumores de até 7 cm, em vários centros. Desse total, 55.6% dos pacientes com tumores menores que 4 cm (T1a) foram submetidos à nefrectomia parcial e somente 43.9% por técnica minimamente invasiva. Nesta série, os pacientes submetidos à nefrectomia parcial ficaram, em média, um dia a mais internados, quando comparados aos submetidos à nefrectomia radical.

Essa proporção de realização de nefrectomias parciais e de cirurgias minimamente invasivas em centros britânicos, nos fazem concluir que ainda há bastante espaço para o aumento da realização de nefrectomias parciais e por técnicas minimamente invasivas. Nos faz crer também que estamos no caminho certo, já que em nossa casuística, tais porcentagens são expressivamente maiores, o que, a nosso ver, beneficia os pacientes tanto no que tange à preservação da função renal, quanto na recuperação mais precoce.

Referência
Partial vs Radical Nephrectomy for T1 Renal Tumours: An Analysis From the British Association of Urological Surgeons Nephrectomy Audit
BJU Int 2016 Jan 01;117(1)62-71, M Hadjipavlou, F Khan, S Fowler, A Joyce, FX Keeley, S Sriprasad